Hipertensão Arterial em Idosos: Um Silencioso Perigo Que Exige Atenção

A hipertensão arterial, popularmente conhecida como “pressão alta”, é uma das condições crônicas mais comuns entre os idosos. Estima-se que mais de 60% das pessoas com mais de 60 anos convivem com esse problema, muitas vezes sem saber. Isso porque, na maioria dos casos, a hipertensão não apresenta sintomas evidentes, o que faz com que seja considerada uma “doença silenciosa”.

O que é hipertensão arterial?

A hipertensão ocorre quando a pressão do sangue nas artérias se mantém constantemente elevada. Essa pressão é medida em dois números: o primeiro, chamado de pressão sistólica, refere-se à pressão quando o coração se contrai para bombear o sangue. O segundo, a pressão diastólica, é a pressão nos vasos sanguíneos quando o coração está em repouso entre as batidas.

Valores iguais ou superiores a 140 x 90 mmHg já são considerados indicativos de hipertensão. Em idosos, no entanto, é comum que a pressão sistólica seja mais alta devido ao enrijecimento natural das artérias com o passar do tempo.

Por que a hipertensão é tão comum em idosos?

O envelhecimento traz diversas alterações naturais no corpo, e o sistema cardiovascular não é exceção. Com o tempo, os vasos sanguíneos perdem parte de sua elasticidade, o que dificulta a circulação e aumenta a resistência à passagem do sangue — elevando, assim, a pressão arterial. Além disso, muitos idosos apresentam outras condições que favorecem a hipertensão, como:

  • Sedentarismo

  • Alimentação rica em sódio (sal)

  • Obesidade ou sobrepeso

  • Consumo excessivo de álcool

  • Tabagismo

  • Histórico familiar

  • Estresse crônico

Além desses fatores, o uso prolongado de certos medicamentos também pode influenciar os níveis de pressão arterial.

Quais os riscos da hipertensão não tratada?

Apesar de ser uma condição controlável, a hipertensão arterial pode causar sérias complicações se não for acompanhada de forma adequada. Entre os principais riscos, destacam-se:

  • Acidente Vascular Cerebral (AVC): O aumento da pressão pode causar a ruptura de vasos sanguíneos no cérebro ou a obstrução de artérias, levando a um derrame.

  • Infarto do miocárdio: O coração trabalha com mais esforço, o que pode levar à falência do músculo cardíaco.

  • Insuficiência renal: Os rins podem ser gravemente afetados pela pressão elevada.

  • Complicações na visão: A hipertensão pode danificar vasos da retina, comprometendo a visão.

  • Demência vascular: Estudos mostram uma forte relação entre pressão alta e declínio cognitivo em idosos.

Como diagnosticar?

O diagnóstico da hipertensão é feito com base na medição regular da pressão arterial. Em idosos, é essencial realizar esse acompanhamento com frequência, mesmo que não haja sintomas. Em alguns casos, o médico pode solicitar a MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial), que avalia as variações ao longo de 24 horas.

Tratamento e cuidados

O tratamento da hipertensão em idosos exige atenção personalizada. O uso de medicamentos anti-hipertensivos deve sempre ser indicado por um profissional, respeitando as particularidades da idade e possíveis outras condições de saúde.

Além da medicação, mudanças no estilo de vida são fundamentais:

  • Alimentação balanceada: Reduzir o consumo de sal, gorduras e açúcar. Dar preferência a frutas, legumes, grãos integrais e alimentos naturais.

  • Atividade física regular: Caminhadas, hidroginástica, dança e exercícios leves ajudam a melhorar a circulação e controlar o peso.

  • Controle do estresse: Técnicas de respiração, meditação ou até mesmo atividades de lazer ajudam a manter a pressão sob controle.

  • Acompanhamento médico regular: Visitas frequentes ao médico garantem o controle da pressão e a prevenção de complicações.

Convivendo com a hipertensão

Receber o diagnóstico de hipertensão não significa perder qualidade de vida. Pelo contrário, quando bem controlada, é possível manter uma rotina ativa, com saúde e autonomia. O mais importante é seguir as orientações médicas, manter hábitos saudáveis e estar atento a qualquer sinal de alerta, como dores no peito, tonturas, visão embaçada ou falta de ar.

Conclusão

A hipertensão arterial em idosos é uma condição comum, mas que pode ser controlada com informação, acompanhamento e disciplina. O segredo está na prevenção, no cuidado contínuo e no compromisso com a própria saúde. Se você é idoso ou cuida de alguém nessa fase da vida, fique atento: medir a pressão com frequência é um pequeno gesto que pode evitar grandes problemas.

Para saber mais sobre as doenças que mais acometem nossos idosos, leia também: As 10 Doenças Mais Comuns Nos Idosos

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